Mineração Usiminas obtém resultados significativos após adotar sistema de detecção de fadiga

Há um ano, empresa adotou monitoramento de alta precisão fornecido pela tech australiana com resultados muito positivos em segurança

Por Conexão Mineral 15/03/2022 - 21:53 hs
Foto: Mineração Usiminas
Mineração Usiminas obtém resultados significativos após adotar sistema de detecção de fadiga
Tecnologia detecta os sinais iniciais de sonolência e cansaço em motoristas

A Mineração Usiminas tem aplicado em suas minas localizadas na região de Itatiaiuçu, a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte (MG), a tecnologia de detecção de fadiga. Em um ano de uso, medido desde o início da utilização do sistema - em agosto de 2020, até agosto de 2021 - não houve registro de acidentes causados por sono e fadiga entre os 114 motoristas que operam caminhões fora de estrada, equipamentos que fazem o transporte interno de minério de ferro. Nesse período foi monitorado o número recorde de 80 mil horas, resultado expressivo em uma operação que funciona 24 horas, durante os 365 dias do ano.

O sistema de monitoramento foi desenvolvido pela Optalert, empresa australiana, criadora da Epworth Sleepiness Scale (ESS), Escala do Sono, que se tornou a principal referência entre pesquisadores dos mais respeitados institutos e universidades do planeta e utilizado, entre outras instituições, pela Agência Espacial Americana (NASA). 

A tecnologia tem como objetivo principal detectar os sinais iniciais de sonolência e cansaço em motoristas, por meio de óculos equipado com um sensor e dois receptores, que são conectados a um tablet por cabo, ou via Bluetooth, interligados por wifi ao Centro de Controle Integrado da empresa.

Segundo os dados apresentados pelo sistema implantado na Mineração Usiminas, durante o período avaliado, registrou-se uma redução de 72% na frequência de alertas de sonolência gerados por operadores de caminhões fora de estrada. De acordo com Sidnei Canhedo, gestor da Optalert, responsável pelos mercados da América do Sul e África, os resultados positivos são frutos de um dueto de soluções entre mudança cultural e precisão tecnológica.  

“Temos um sistema que conta com os mais avançados softwares de inteligência artificial para detecção de fadiga do mundo, o que, além de dar segurança para os gestores da mina, gera uma mudança no comportamento dos operadores, uma vez que estes começam a entender melhor seus padrões de sono. Eles passam a levar mais a sério as horas de descanso em suas casas, se apresentando de forma mais disposta para o trabalho, e isso tem uma relação direta com a maneira com a qual irão executar suas atividades durante a jornada de trabalho”, explica Canhedo. 

O executivo ressalta ainda que esta mudança de comportamento, bem como os números de redução de acidentes e o aumento de produção, estão em consonância com outras operações de mesmo porte em que a Optalert atua no Brasil.

De acordo com Adilson de Paula, gerente de Operação de Mina da Mineração Usiminas, o grande diferencial do sistema da Optalert é propiciar um monitoramento preventivo. “A segurança das pessoas é o nosso principal valor e uma prioridade nas nossas operações. Investir na proteção das nossas equipes é fundamental dentro da nossa gestão. Demos preferência à tecnologia australiana devido a capacidade preditiva, de alertar antes que um possível acidente ocorra. Nos primeiros sinais de sono do motorista, as câmeras já identificam e o sistema sinaliza, contribuindo para a prevenção de ocorrências e segurança dos operadores”, justifica Adilson. 

Contribuições em pesquisas na área médica

De acordo com Canhedo, devido a eficiência da tecnologia e do grau de medições dos movimentos oculares do sistema, não são poucos os casos de distúrbios de sono e de outras anomalias detectadas pelo sistema. A empresa investe pesado na área de medicina em parceria com universidades no desenvolvimento de pesquisas científicas capazes de identificar biomarcadores que monitoram distúrbios neurológicos, tais como: Epilepsia, Alzheimer, Parkinson, Depressão, Lesão cerebral traumática (TCE) e outras doenças neurológicas.